É segunda-feira, são quatro da tarde e
o mundo acabou enquanto eu não estava cá
– sem que entretanto tenha começado
outro
mundo.
Ocorrem-me movimentos, rotinas, gestos,
quotidianos e fáceis – agora podia
fazer café, podia vestir um casaco –
mas para todos eles deixou de haver tempo
– sem que entretanto tenha começado
outro
tempo.
Sei estar de pé quando chego casa, sei fechar a porta,
acender as luzes ainda que sejam excessivas, sei
esperar em frente ao que ficou dos teus olhos:
o mundo seguinte, a tristeza maior, o sol,
horas onde o torpor nada encontre de nós,
uma gaveta larga onde possa caber a morte,
a primeira manhã
– sem que entretanto tenha nascido
outra
manhã.
6.12.05
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