19.6.05

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Fiz a minha viagem mais longa
detive-me um pouco mais
a olhar as flores e a desordem dos caminhos
e voltei atrás a medir cada braço
de cada encruzilhada.
Bati a mais portas, mais vezes
escutei a voz que de dentro respondia
e houve em mim uma inclinação de esperança
para essa aparição inaugural de um rosto
surgindo do fundo das casas dos homens,
devolvendo-me ao corpo dos frutos e à água.
Sentei-me em pedras dóceis, resignadas,
mergulhei braços e raízes cobrindo os olhos de alegria.
Mas sei que não é esta a minha casa
e vou a caminho
- irei ter convosco aí, onde veremos,
no silêncio, o vento que atravessa os nossos corpos.

1 comentário:

P.A. disse...

Parabéns pelo blog. Gosto imenso da sua poesia.

http://pedroeolobo.blogspot.com/