8.3.05

teatro

a pele é a única roupa que tenho;
a intenção do movimento e o gesto
que o concretiza, a voz que rasga a luz,
as únicas tendências que reconheço.
e a vanguarda vem escoltada pela memória
no fim do cortejo.

se passos soam no meio do tempo, avanço;
se passos soam a meio do tempo, recuo.

petrifico-me no sol,
no cheiro a pó da tarde,
nas mil liberdades azuis em que o dia agoniza:
todas possíveis,
todas vedadas.

a sombra está cheia de escravos.
a sombra está cheia de escravos.

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