deus deu-me um caranguejo
para eu usar debaixo da pele
um caranguejo
que não pára quieto
quantas patas tenho?
pergunta-me o caranguejo
quando se aborrece
e para que eu não me engane
belisca-me
em vão tento mantê-lo
sossegado
o caranguejo anda
por onde lhe apetece
e faz força
com as pinças
uma de cada vez
toco-me
ali anda ele
desce-me pela barriga
e esconde-se lá embaixo
aqui está quentinho
diz-me
e faz-me cócegas
sabendo bem
que não posso
nunca me apresentas a ninguém
e eu
a disfarçar
daí por vezes
a minha inquietação
a culpa é do caranguejo
que deus me deu
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário